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terça-feira, 2 de agosto de 2016

Praça Mauá agora tem restaurantes cheios até no fim de semana.

Às 11h de domingo, o restaurateur Marcelo Temporão dobra as mangas da camisa, respira fundo e caminha discretamente em direção a um casal em frente ao Museu do Amanhã. Abre um sorriso ao se aproximar: — Bom dia, vocês gostariam de uma sugestão de restaurante para o almoço? — indaga. A abordagem direta às pessoas na Praça Mauá começou há um mês, desde que o tradicional Mosteiro, a 300 metros de distância e comandado há oito anos pelo neto mais velho do fundador — o português José Temporão —, passou a abrir também aos fins de semana. Placas no início da Avenida Rio Branco anunciam a novidade, além do próprio dono da casa, no corpo a corpo com possíveis clientes. — Faço questão de eu mesmo assumir esse trabalho. Somos um restaurante muito conhecido das pessoas que trabalham no Centro, mas agora temos um novo público: os turistas — afirma Marcelo, que recebeu anteontem, de uma só vez, um grupo de 40 turistas, interessados em conhecer a praça revitalizada. Atentos ao crescente fluxo de cariocas e visitantes na Praça Mauá, restaurantes do entorno passaram a abrir as portas aos sábados e domingos. O momento não poderia ser melhor. Com as férias escolares nos outros estados, famílias de norte a sul do país têm frequentado a região, querendo visitar especialmente o Museu do Amanhã e o Museu de Arte do Rio. Este fim de semana, 14 mil pessoas foram ao Amanhã, enquanto 4,5 mil estiveram no MAR. Proprietário do Mironga, no número 19 da Avenida Rio Branco, Luiz Cláudio Varejão, irmão da artista plástica Adriana Varejão, foi pioneiro na iniciativa. Começou a funcionar aos sábados e domingos no fim do ano passado, depois de um período conturbado, com obras do VLT na porta do casarão histórico onde funciona. O movimento caiu muito: havia dias em que apenas parentes e amigos almoçavam. Hoje o cenário é outro, e Varejão já inova outra vez: sua casa começou a funcionar, esta semana, até as 18h. E, a partir de setembro, ficará aberta também na hora do jantar. — A inauguração do VLT foi essencial para este novo momento. Temos recebido muitos turistas inclusive durante a semana — conta. — Também já distribuí panfletos na praça com minha mulher. Um dia fomos expulsos pelos seguranças do MAR, porque estávamos panfletando lá dentro — diverte-se ao lembrar.



Fonte - Jornal O Globo

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